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Renda fixa, sim. Poupança, jamais!

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O ano de 2018 foi de recuperação para as cadernetas de poupança. O saldo entre depósitos e saques foi positivo em R$ 38,2 bilhões durante o ano passado, segundo dados do Banco Central. Isso mostra a preocupação do brasileiro em poupar seu dinheiro durante um período de crise e incertezas no cenário político-econômico. Contudo, o fato do volume poupador ter sido o melhor desde 2013 indica que a poupança foi e continuará sendo uma boa alternativa de investimento? A resposta é um retumbante não.

 

Historicamente o destino principal das economias da maioria dos brasileiros, a poupança já passou por melhores dias. Até 2012, o cálculo do rendimento da poupança era de 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial). Mas uma nova regra entrou em vigor a partir de 4 de maio daquele ano. Para depósitos feitos a partir da data indicada, sempre que a Selic (taxa básica de juros) ficar em 8,5% ao ano ou abaixo disso, o rendimento da poupança passa a ser de 70% da Selic mais a TR. Os depósitos antigos continuaram seguindo a regra antiga. Dessa maneira, com um cenário de queda na taxa de juros, como estamos vendo nos últimos meses, a tendência da poupança é render cada vez menos, perdendo, em muitos períodos, até para a inflação. O que fazer, então, neste cenário?

 

A verdade é que existe uma diversidade de opções de investimento em renda fixa que são, hoje, mais vantajosas que a nova caderneta, mas que escapa do conhecimento da maioria das pessoas. Seja por acharem que possuem maior risco, seja por um péssimo assessoramento de seus gerentes de banco, ou seja por um hábito cultural mesmo, os brasileiros continuam abrindo mão de maiores rendimentos para seu dinheiro em outros investimentos mais interessantes.

 

Uma primeira opção que se fez interessante é o Tesouro Direto. Com uma grande diversidade de títulos a serem explorados, o Tesouro oferece os mais variados tipos de prazos e rendimentos. Para quem é fã da poupança, os títulos pós-fixados atrelados à inflação são uma ótima opção, pois oferecem um ganho real econômico. Isso significa que seu dinheiro vai render uma taxa de juros mais o valor da inflação, sendo uma aposta conservadora e segura. Todavia, este é um investimento que exige paciência, pois o valor do título só é garantido na data de vencimento. Caso o investidor precise resgatar seu investimento antes do período estipulado, ele estará sujeito às flutuações de mercado do dia, fazendo com que o título possa estar valorizado ou desvalorizado. Entrarei mais a fundo neste tema numa postagem futura.

 

Outra opção interessante são os famosos CDBs. Neste caso, o rendimento vai variar muito conforme o valor investido, o prazo de vencimento e o banco/corretora em que você fez o investimento. Existem inclusive CDBs com resgate diário, onde você pode resgatar parte ou a totalidade do valor sem perder o rendimento do período. É importante ressaltar que as melhores opções de CDB para quem possui uma quantidade menor de capital está, geralmente, fora dos grandes bancos. Neste caso, a melhor opção seria abrir a conta numa corretora de valores, que geralmente oferecem várias opções de CDB de diferentes instituições financeiras.

 

Importante destacar quanto ao risco de se investir fora dos grandes bancos. Existe uma entidade chamada FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Ele é um fundo sem fins lucrativos com o objetivo de proteger investidores no sistema financeiro nacional e prevenir uma crise financeira sistêmica. Ele garante o valor de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ por conglomerado financeiro que venha a quebrar, devolvendo ao investidor tanto o valor principal como a rentabilidade apurada no período. A cada quatro anos, este valor é corrigido para R$ 1 milhão. Ficam de fora da garantia do FGC os fundos de investimento, fundos de pensão e o Tesouro Direto.

 

Por fim, aponto aqui outras duas opções menos conhecidas do público em geral, mas que também são ótimas alternativas. São as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e LCA (Letras de Crédito Agrícola). Ambas são títulos de renda fixa que costumam pagar valores bem superiores à poupança, pois costumam pagar altas porcentagens do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Além disso, são títulos isentos de imposto de renda, o que têm aumentado sua atratividade no mercado brasileiro. Estes também são cobertos pelo FGC e seu rendimento é acordado no ato da compra do título, podendo ser pós ou pré-fixados, sendo neste último caso geralmente para títulos com vencimento mais curtos.

 

Espero ter ajudado a mostrar que a renda fixa é simples e vai muito além da poupança como opção segura de investimentos. Os tempos são outros e a hora é agora para você cuidar melhor do seu dinheiro. Estude as opções mostradas e veja qual se encaixa melhor no seu perfil. Faça com que o seu dinheiro trabalhe melhor para você!

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